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Como Descobrir a sua Extensão Vocal

Descobrir a sua extensão vocal é importante para que você aprenda a cantar bem. É possível que você tenha ouvido falar de vocalistas com grandes extensões – a de Michael Jackson compreendia quase quatro oitavas! –, mas a maioria dos cantores não tem essa habilidade. Via de regra, as pessoas alcançam de uma e meia a duas oitavas na voz de peito e cerca de mais uma oitava nos outros registros. Já tendo algum conhecimento e prática musical, você consegue facilmente descobrir a sua extensão e identificar em qual dos sete tipos principais de voz – soprano, mezzo-soprano, contralto, tenor, barítono ou baixo – você se encaixa.

[editar]Passos

[editar]Aprendendo o básico sobre extensão vocal

  1. Entenda a classificação de tipos de vozes. Muitas pessoas já ouviram falar nos termos soprano, tenor ou baixo, mas podem não saber exatamente ao que eles se referem. Para a ópera, as vozes são vistas como um outro instrumento que precisa alcançar notas específicas quando necessário, assim como um violino ou uma flauta. Dessa forma, as classificações de vozes foram criadas para ajudar na identificação de diferentes tipos de vozes, o que facilita a escalação de cantores de ópera para papéis específicos.[1]
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    • Por mais que hoje em dia a maioria das pessoas não queira fazer parte de uma ópera, saber o seu tipo de voz ajuda a ter uma compreensão maior das notas que você pode alcançar em uma performance, seja individual ou em coro, de outros tipos de música. Em um cenário mais informal, isso pode até ajudá-lo descobrir quais tipos de músicas você vai conseguir cantar da melhor forma quando estiver no karaokê.
    • Os tipos diferentes de vozes, indo do alcance mais agudo para o mais grave são: soprano, mezzo-soprano, contralto, contratenor, tenor, barítono e baixo. Cada tipo está associado a uma extensão vocal em particular.
  2. Saiba a diferença entre registros vocais. Você pode dividir classificações de extensão em categorias diferentes com base em seus respectivos registros vocais. Cada registro tem um timbre único e é produzido a partir de um comportamento diferente das cordas vocais. Para fazer uma avaliação precisa da sua extensão vocal, você precisa investigar o alcance de mais de um tipo de registro vocal, especialmente das suas vozes de “peito” e “cabeça”, e, em alguns casos, do registro basal (conhecido também como “vocal fry” do inglês) e a voz de apito (conhecida como “whistle voice” do inglês).[2]
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    • A voz de peito é, em essência, a sua zona de conforto em que as pregas vocais estão agindo de forma natural. Essas são as notas que você consegue atingir sem adicionar à voz uma qualidade mais grave, deixando passar ar ou apresentando uma qualidade aguda, de falsete. A extensão de notas que você consegue alcançar de forma confortável na sua voz de peito é o que chamamos de “tessitura”.[3]
    • A sua voz de cabeça inclui a parte mais aguda da sua extensão, que é produzida por um alongamento das pregas vocais. Ela é chamada de “voz de cabeça” porque se refere às notas que parecem ressoar mais na cabeça, tendo um brilho distinto. O falsete — a voz que a maioria das pessoas usa para imitar cantoras de ópera — faz parte da voz de cabeça.[4]
    • Para alguns homens de voz bem grave, o registro mais baixo, o chamado registro basal ou “vocal fry”, também é contabilizado na extensão, mas muitos não conseguem nem chegar perto dessas notas. Elas são produzidas com pregas vocais frouxas em vibração que criam notas graves, roucas e ásperas.[5]
    • Assim como o registro basal compreende as notas extremamente graves no caso de alguns homens, o registro de apito ou whistle, inclui notas incrivelmente agudas para algumas mulheres. Este registro é uma continuação da voz de cabeça, mas o seu timbre é específico a ele, e soa algo como um apito. É só pensar nas infames notas agudas em músicas como “Lovin’ You” de Minnie Riperton ou de “Emotions” por Mariah Carey.[6]
  3. Entenda o que são oitavas. Uma oitava é o intervalo entre duas notas de mesmo nome (por exemplo entre um Si e outro Si), em que a nota mais aguda tem uma frequência sonora equivalente ao dobro da frequência da nota mais grave. Em um piano, as oitavas incluem oito teclas (sem contar as teclas pretas). Uma das formas de descrever a sua extensão vocal é por meio do número de oitavas que ela alcança.[7]
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    • A oitava também corresponde a escalas musicais padronizadas, que são, no geral, compostas de oito notas sequenciadas de forma ascendente ou descendente (por exemplo, Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó). O intervalo entre a primeira e última nota da escala é uma oitava.
  4. Familiarize-se com a notação musical americana. Existem alguns sistemas de notação musical diferentes no mundo, que são formas padronizadas de se escrever e entender notas musicais. O sistema mais utilizado na classificação de voz é o de notação musical americana, que atrela letras (do A até G) à números ordinais (que identificam a oitava correta, do mais grave até o mais agudo, começando do 0, em ordem ascendente). A equivalência dessas letras ao nome das notas, forma de identificação comum no Brasil, é a seguinte: o Lá seria o A, o Si o B, o Dó o C, e assim por diante.
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    • Por exemplo, a nota mais grave na maior parte dos pianos é o A0 (Lá 0) e logo o A da oitava seguinte é o A1, e assim por diante. O que chamamos de “Dó central” no piano é o C4 (Dó 4) neste sistema de alturas.
    • Considerando que a escala C maior é a única sem sustenidos ou bemóis (e, sendo assim, compreende apenas teclas brancas de um piano) na notação americana, assim como em outros sistemas, as oitavas começam no C, e não no A. Isso significa que, ainda que o tom mais grave de um teclado seja um A0, o primeiro C, duas teclas depois, é o C1, e assim por diante. Dessa forma, o A que aparecer depois do Dó central (C4), será o A4 e não o A5.
    • O alcance completo da sua extensão vocal vai incluir de três a quatro números diferentes da notação americana, incluindo a sua nota mais grave, a mais aguda na voz de peito e a mais aguda na voz de cabeça. Pessoas que conseguem fazer o vocal fry ou o whistle tone podem também ter em suas extensões numerações para estes registros também, indo sempre da nota mais grave para a mais aguda.

[editar]Descobrindo quais são as suas notas mais graves

  1. Encontre um instrumento como o piano. A forma mais fácil de se identificar a sua extensão vocal é utilizando um instrumento tonal que você pode tocar enquanto canta, como um piano ou um teclado. Se não tem acesso a um instrumento físico, baixe como substituto um aplicativo que simule um piano, como o Piano Virtual, no seu smartphone, tablet ou outro dispositivo.
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    • Usar um piano online no seu laptop ou dispositivo vai permitir que você tenha acesso a um simulador completo de piano. O aplicativo facilitará ainda mais a identificação das suas notas mais graves e mais agudas, já que o aplicativo vai mostrar a você a notação musical correta para cada tecla que você tocar.
  2. Determine qual é a nota mais grave que consegue cantar na sua voz normal (de peito). O primeiro passo é identificar o início da sua extensão natural ao localizar a nota mais grave que consegue cantar de forma confortável, sem que sua voz falhe ou fique rouca. A nota também não deve soar com “muito ar”, ou seja, a qualidade tonal dela deve estar em mesmo nível à sua voz de peito, ao cantar a nota você não deve estar soltando muito ar ou algum tipo de chiado.[8]
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    • Em vez de escolher uma nota grave de forma aleatória, comece cantando uma nota mais aguda e uma vogal consistente como (“a”, “i” ou “u”) e vá descendo na escala para atingir o seu registro mais grave.
    • Mulheres devem começar com um C4 fácil (o Dó central do piano), e ir para as teclas da esquerda, cantando cada nota até chegar na sua nota mais grave. Homens devem tocar o C3 no piano e ir descendo tecla por tecla a partir dele.
    • O objetivo é identificar a nota mais grave que você alcança de forma confortável. Logo, as notas que não consegue sustentar, não contam.
  3. Cante a nota mais grave que conseguir alcançar, mesmo que saia com muito ar. Assim que chegar à nota limite que pode cantar confortavelmente, tente ir um pouco mais grave, tecla por tecla e nota por nota. Você pode contar notas com mais ar que consegue sustentar, mas não aquelas que estão mais fracas e que você não consegue segurar.[9]
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    • Para alguns cantores, as notas mais graves que eles alcançam tanto em uma voz normal quanto em uma voz mais airada podem coincidir. No entanto, este não é necessariamente o caso para todo mundo.
  4. Anote quais são as suas notas mais graves. Depois de identificar a sua nota mais “baixa” na sua voz de peito e o seu grave mais profundo, registre isso. Faça essa anotação identificando qual tecla no piano equivale a nota que cantou e depois usando a notação musical para saber a altura correta.[10]
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    • Por exemplo, se ao ir descendo na escala descobrir que a sua nota mais grave é o penúltimo E do piano, anote que ela é o E2.

[editar]Identificando os seus agudos

  1. Encontre a sua nota aguda usando a sua voz normal (de peito). Você vai repetir o que fez para as notas graves. Comece com uma nota aguda que não tem dificuldade em cantar e vá subindo pelas teclas, mas sem mudar o registro para o falsete.
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    • Mulheres devem começar com o C5 e subir a partir daí. Já a nota inicial para homens seria o G3.
    • O objetivo é identificar a nota mais “alta” que consegue atingir sem alterar de forma significativa a sua qualidade de tom ou a ação natural das suas cordas vocais. Se ouvir uma quebra na voz, começar a soltar mais ar ou sentir uma diferença em como suas cordas vocais estão funcionando para produzir uma determinada nota, você saiu da voz de peito.
  2. Cante a nota mais aguda que puder com o uso do falsete. A maioria das pessoas usa o falsete, um registro em que suas cordas vocais permanecem abertas e relaxadas e vibram bem menos, para alcançar sons mais leves e agudos do que conseguem na voz de peito. Depois de identificar a nota mais “alta” que consegue cantar de forma confortável, relaxe as suas cordas vocais e veja se consegue ir um pouco além do limite que encontrou na voz de peito. Use uma voz mais airada, semelhante a uma flauta, que seria o falsete para estabelecer as notas que consegue alcançar sem forçar a voz ou o som falhar.[11]
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    • Se perceber que consegue ir além do falsete para notas agudas que soam como assovios ou um apito, você talvez tenha o registro de apito, o whistle. Se for o caso, a sua nota mais aguda será parte deste registro vocal.
  3. Anote suas notas agudas. Depois de tê-las identificado, anote as suas notas mais “altas” de acordo com a notação americana. Novamente, faça registro apenas das notas que atinge sem precisar forçar a voz. Algumas delas podem não soar muito bem se não houver uma certa prática, mas as inclua desde que consiga alcançá-las de forma confortável.[12]
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    • Por exemplo, se a sua nota mais aguda na voz de peito é o quarto F em ordem crescente no teclado, então escreva F4.

[editar]Determinando e classificando a sua extensão

  1. Identifique a sua extensão e tessitura. Agora você deve ter quatro notas, duas graves e duas agudas, devidamente anotadas de acordo com a notação americana. As organize da mais grave para a mais aguda. Coloque entre parênteses a nota mais grave e a mais aguda, e coloque um traço entre as notas do meio. Assim terá a sua extensão vocal completa.
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    • Por exemplo, se tem uma lista que contém D2, G2, F4, e B4, o intervalo correto do seu alcance, de acordo com a notação americana é: (D2)G2-F4(B4).
    • As notas da ponta, que estão entre parênteses, representam a sua extensão completa, ou seja, todas as notas que o seu corpo é capaz de produzir.
    • As duas notas ao meio (“G2-F4” seguindo exemplo acima) representam a sua “tessitura”, que é o intervalo em que você usa mais confortavelmente a sua voz de peito. Esta é uma informação útil para selecionar a voz apropriada para cantar uma música.
  2. Conte quantas notas há entre o seu mais agudo e o seu mais grave. Com a ajuda de um teclado ou piano, conte as notas entre os seus dois extremos.[13]
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    • Não inclua sustenidos e bemóis (as teclas pretas) na sua contagem.[14]
  3. Calcule as oitavas contidas na sua extensão. Cada grupo de oito notas é uma oitava. Um A até outro A seria, por exemplo, uma oitava. No entanto, o último A também irá contabilizar como o início de outra oitava. Você pode, assim, determinar o número de oitavas no seu alcance vocal dividindo o número total de notas entre o seu mais agudo e o seu mais grave em conjuntos de sete.[15]
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    • Por exemplo, se a sua nota mais grave é um E2 e a mais aguda é um E4, a sua extensão cobre duas oitavas.
  4. Inclua também as oitavas parciais. É normal, por exemplo, que se tenha um alcance vocal completo de uma oitava e meia. Essa metade se justifica pela pessoa em questão ter conseguido cantar de forma confortável apenas três ou quatro notas da oitava seguinte.
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  5. Traduza a sua extensão em um tipo vocal. Agora que já tem a sua extensão anotada usando a notação americana, você pode determinar a sua classificação vocal. Cada tipo vocal é associado a uma extensão. Você precisa descobrir que tipo se alinha melhor com o seu alcance vocal completo. [16]
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    • A extensão típica para cada tipo de voz é o seguinte: soprano B3-G6, mezzo-soprano G3-A5, contralto E3-F5, contratenor G3-C6, tenor C3-B4, barítono G2-G4, baixo D2-E4.
    • É possível que o seu alcance não encaixe perfeitamente nessas padronizações. Escolha o tipo em que a sua extensão se adeque mais.
    • Se a sua extensão completa não parece ter uma correlação óbvia com um único tipo vocal, use a sua tessitura. Escolha o tipo vocal que contenha notas que você canta mais confortavelmente.
    • Por isso se, por exemplo, a sua extensão for (D2)G2-F4(A4), é mais provável que você seja um barítono, o tipo vocal mais comum para homens.

[editar]Dicas

  • Tenha em mente que a sua extensão e tipo vocais não determinam a sua qualidade como cantor. Alguns dos melhores e mais famosos cantores, como Pavarotti, são tenores, que têm a extensão vocal mais limitada dentre os tipos vocais.
  • Se estiver com problemas para identificar o seu tipo vocal, há algumas coisas para se fazer. Primeiro, use a sua tessitura e não a sua extensão completa, já que essas são as notas que você provavelmente atinge com maior “facilidade”. Segundo, se sua voz estiver entre duas classificações ou incluir várias delas, veja o que é mais confortável de cantar. Se nada disso funcionar, a resposta pode ser se focar no intervalo em que sua voz tem mais força. Por último, ainda que isto não tenha sido mencionado aqui, por mais que a extensão vocal seja o fator mais importante na classificação de uma voz, existem outros aspectos (como timbre, notas em que você muda de registro – por exemplo, sair da voz de peito para chegar na de cabeça, etc) que são geralmente considerados e podem ser o fator primordial para definir qual o seu tipo vocal.

[editar]Avisos

  • Estes métodos e recursos usam a notação americana, com o Dó central sendo o C4. No entanto, alguns tipos de música e profissionais da área usam sistemas de notação diferentes (como, por exemplo, um que tenha o Dó central como C0 ou C5). A sua extensão vocal pode então ser registrada de forma diferente de acordo com estes sistemas. Por isso, faça questão de verificar qual sistema está sendo usado.
  • Sempre aqueça a sua voz com exercícios vocais, que levam a sua voz de registros agudos para graves antes de cantar, especialmente se vai usar os extremos da sua extensão.[17]

[editar]Referências

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